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Filipe Ferro - Um rio de aventuras

  • Foto do escritor: Rui Paixão
    Rui Paixão
  • 3 de jul. de 2022
  • 5 min de leitura

Atualizado: 5 de dez. de 2023

A água sempre foi a grande paixão de Filipe Ferro. A este encantamento surgiu o Alqueva Cruzeiros que veio fazer a ponte entre estes dois. Fui até à praia de Monsaraz, a pouco mais de quatro quilómetros da vila medieval de Monsaraz, para conhecer um pouco mais do trabalho deste empreendedor.

Filipe Ferro - Alqueva Cruzeiros © Rui Paixão

Começamos esta pequena entrevista por tentar perceber como é que foi o seu percurso até aos dias de hoje?


É um percurso longo. (risos) Muito longo mesmo. Vamos começar pelo 12°ano.

Houve aqui logo uma indecisão total em saber se ia continuar na vertente de estudo ou na vertente técnico-profissional. E foi então que optei pela técnico-profissional.

Saí de Reguengos de Monsaraz sem saber bem para o que ia, mas na altura já trabalhava em hotelaria, restauração (bares, pub's, discotecas) e organizava alguns casamentos.

Coloquei-me num desafio que foi voltar a repetir o 10°, o 11° e fazer o 12° ano numa escola técnico-profissional.

Sem dúvida que aqui as coisas correram bem, como dedicado que sou. Mal acabei o curso integrei-me nas pousadas do atual grupo Pestana, que acabou por ser vantajoso e também uma rampa de lançamento na vertente hoteleira.

Com dois anos de trabalho já era chefe de mesa numa unidade hoteleira cinco estrelas em Elvas.

Foi então que cheguei até ao ponto que eu queria, que era defender a minha terra. Vim trabalhar para a Herdade do Esporão, onde estive quatro anos como chefe de mesa desta herdade. E aí começou outra paixão que foram os vinhos, levando-me a começar a fazer a formação dessa vertente também e posteriormente levando-me a acabar por deixar a restauração e dedicar à enologia.

Surge então o desafio de entrar na Cooperativa Agrícola de Reguengos de Monsaraz, com um projeto na qual foi criada uma loja em Monsaraz, chamada “Castas e Castiços”, onde estive durante 14 anos.

A oportunidade de ficar com a casa D.Antonia (casa de turismo rural) é me apresentada e aí consegui ficar desde 2002, até à atualidade.

As coisas acabam por ter outro andamento e novos desafios surgem com a criação deste grande lago do Alqueva. Eu cresci no rio Guadiana e sempre fui um fanático por água. Foi isso que me fez comprar um caiaque de três lugares. Na altura o meu filho tinha três anos e lá íamos nós para uma ilha chamada: Ilha Dourada. Aqui passávamos os dias, descansávamos e aproveitávamos o que de melhor a natureza nos tinha para dar.

Foi a partir daí que começou a surgir a ideia de comprar o primeiro barco para trabalhar com os hóspedes da casa D. Antónia e posteriormente o Alqueva Cruzeiros.


Filipe Ferro a preparar um longo dia de trabalho © Rui Paixão


Qual a razão do investimento no Alentejo e não noutra região?


Acima de tudo, ver que tantos amigos foram para fora, que o Alentejo tem um potencial enorme e que muita gente lhe está a passar ao lado.

O Alentejo tem crescido turisticamente e a minha perspetiva e a minha visão sobre essa parte foi se calhar também mais à frente. E orgulho-me disso, porque atualmente sou um dos maiores investidores no âmbito da água no Alqueva.

Já na parte hoteleira também visitei sempre grandes casas, grandes empreendimentos e isso acabou por me dar uma grande bagagem que me deixa atualmente bastante confortável.


"A minha felicidade passa por fazer pessoas felizes."

E se tivesse que voltar alguns anos atrás o que mudaria ou diria ao Filipe Ferro?


Se já chegamos até aqui e somos o que somos, era cinco anos antes de termos começado este projeto do Alqueva Cruzeiros e do Alqueva Watersports, ter pensado que devia ter começado ainda mais cedo.

Isto porque cada vez mais o tempo passa e o Filipe Ferro neste momento, com menos seis, sete anos teria menos cabelos brancos. (risos) Mas sinto-me ainda um jovem, com praticamente 50 anos.

Apesar de tudo, eu neste momento acabo por ter e usar uma métrica que é fazer pessoas felizes. A minha felicidade passa por fazer pessoas felizes.




Filipe Ferro pronto e cheio de vontade para receber os seus clientes ©Rui Paixão

E olhando para a frente, como vê o futuro da sua empresa?


Tudo depende da conjuntura económica em que estamos. O mundo nos últimos anos deu-nos indícios de que correr não vale a pena. Desde a pandemia, até à guerra, passando pela crise económica, pelos combustíveis, são vários os motivos que nos levam a acalmar mais.

Mas para mim isto está clarificado e sei bem o que quero. Porque continuo a investir, continuo a acreditar neste projeto e acima de tudo com a dimensão que temos, com potencial do Alentejo, cada vez mais isto é uma aposta ganha.


Vocês atualmente limitam-se a atuar nesta praia, ou estão divididos pelas diferentes praias fluviais existentes na região?


É um facto que 2022 está a ser o ano onde o Alqueva Cruzeiros está a apostar em colocar no mercado todo o potencial e toda a energia que tem. Só assim faz sentido olhar para o futuro e com a perspetiva de crescimento.

Nós há dois anos estávamos na praia fluvial de Monsaraz e de Mourão. E depois acabou por haver de certa forma algum interesse e convites para tentarmos estar em outras praias e atualmente estamos em três praias no Alqueva.

O facto de já existir uma maior área de atuação, requer uma logística e um investimento em material bastante grande. Sem dúvida que continuamos com a grande dificuldade de ter mão de obra, mas neste momento a nossa equipa passa por três, quatro pessoas que estão fixas à empresa.


E o que é que a vossa empresa tem para oferecer a quem está a ler esta entrevista?


O Alqueva Cruzeiros tem sete embarcações, umas maiores e outras mais pequenas. Temos uma embarcação de 30, duas de 16 , uma de 10, duas de 6 lugares e vamos ter este ano uma elétrica e eco. Temos uma parceria com um hidroavião.

Também iniciámos, este ano, os balões de ar quente, no período da manhã, com um parceiro: "Emotions". Temos os caiaques, os paddles, as gaivotas, as bóias de tração.

Somos a empresa que traz mais equipamentos novos e que mais tenta inovar e promover. Bicicletas de água, os passeios de barco que podem ser temáticos, para grupos até 60 pessoas, ou até mesmo a família que chega e quer um barco em exclusivo e privado, com lanche a bordo para visitar o lago durante uma ou duas horas e acaba depois por usufruir sem dúvida deste espaço.


A tenda de Filipe Ferro e a bandeira de Portugal, com o grande lago de Alqueva de fundo ©Rui Paixão

E se tivesse que descrever o Alentejo numa palavra, qual seria?


Neste momento o Alentejo, de tudo o que eu já conheço a nível mundial, é um local de excelência. Sabemos receber, sabemos acolher. Temos uma alimentação e uma gastronomia extraordinária. Temos excelentes vinhos, gin's, etc.

Não me posso esquecer de todos os que me apoiam porque eu também os apoio a eles e precisamos todos uns dos outros. Acima de tudo, a mensagem que eu quero passar é que o Alentejo tem um fonte de riqueza tão grande, que qualquer pessoa que venha de outro sítio do mundo, pode chegar aqui e dizer: "Já estive num lugar paradisíaco e tive estas condições".

É então isso que nós procuramos e pretendemos dar aos nossos clientes.




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