Tuna Académica da Universidade de Évora- Uma universidade com música
- Rui Paixão
- 10 de out. de 2022
- 4 min de leitura
Conhecidos por TAUÉ, a Tuna Académica da Universidade de Évora espalha magia por Portugal, desde 1990. A inicial tuna mista, é atualmente uma tuna masculina com muita história. Com dois discos lançados, esta tuna procura brevemente lançar o terceiro.

Como surgiu a ideia de criarem uma tuna académica na Universidade de Évora?
Não sei exatamente a história toda, pois apenas entrei nesta tuna no ano de 2019. Mas traçando assim um resumo consigo dizer que esta começou como tuna mista.
Tudo se iniciou a partir do dia 30 de maio de 1990. A partir daí, devido a outros fatores que ocorreram, acabámos por nos tornar única e exclusivamente, desde 1994, uma tuna masculina.
E como tem sido o percurso ao longo dos anos, desta tuna?
Como todas as tunas, esta tem tido altos e baixos, mas no geral temos sido uma das tunas com mais reputação, digamos assim, abaixo do Tejo.
Não é por nada que nós somos a segunda Tuna mais antiga a sul do Tejo. Em primeiro está em Coimbra, seguindo-se a nossa tuna, em Évora.
Em relação à evolução éramos consideradas das melhores tunas, já fomos aos melhores festivais do país, seja em Portugal, seja fora do mesmo. Entretanto tem vindo descambar um bocado, mas eu quero voltar a erguer tudo, para que a tuna possa voltar ao seu auge.

Falou agora de que houve momentos em que foram abaixo. Um desses exemplos foi o covid. De que forma é que este vírus vos afetou?
Afetou imenso porque nós na Tuna sobrevivemos maioritariamente com atuações. A partir do momento em que a pandemia da covid-19 se instalou nós não nos conseguimos manter na mesma linha em que estávamos antes.
Seja em termos financeiros, seja em termos sociais, tudo estava estagnado e portanto foi uma altura muito complicada.
Ao longo deste percurso vocês apadrinharam algumas tunas. Como foi e a quem foi feito este apadrinhamento?
É isso mesmo. Uma delas é a tuna enfermagem da Escola de Enfermagem São João de Deus (Évora), em 2006.
Até então temos uma relação muito boa com eles, temos convívios e atuações com eles. Um facto muito bom é que quando eles nos pedem instrumentos, nós oferecemos. E o mesmo acontece ao contrário. Ou seja, é uma relação muito boa que nós temos e espero continuar a manter vários longos anos.

Este percurso de quase 32 anos foi marcado pelo lançamento de dois cd's. Como é que foi esse processo de criação e lançamento?
Nessa pergunta não vou conseguir ajudar muito, porque não não fiz parte da criação de nenhum dos cd's. Mas parte do que possivelmente aconteceu foi quando deram a ideia de fazer os discos, pessoas mais velha ajudou na parte da produção, da criação nos ensaios, etc. Isto porque nós não podemos ir gravar um CD sem ter as as músicas minimamente sabidas, digamos assim.
Poderemos então afirmar que vem aí o terceiro disco, ou ainda não?
Ainda estamos numa fase embrionária, mas a pensar ainda não este ano, criar um novo disco, visto que há músicas que já tocamos há muito tempo, sempre da mesma maneira e faria todo o sentido colocá-lo num disco, como forma até de reviver as músicas que nós temos e que muitos dos alunos da nossa academia já sabem.
Música da Tuna Académica da Universidade de Évora ©Tuna Académica da Universidade de Évora
Se olharmos agora para o futuro, o que é que espera da vossa tuna, daqui para a frente?
Falo por mim, enquanto atual presidente. Aqui, faremos de tudo para levar a tuna para o patamar em que nós estávamos há alguns anos atrás. Espero que esta tuna dure mais trinta anos e que possivelmente mais pessoas possam ver como é a nossa tradição e família que construímos ao longo dos tempos.
Há datas para próximas atuações que possam ter?
Sim! Nós vamos atuar agora no dia da universidade de Évora, dia 1 de novembro.
No dia 12 vamos à Vidigueira e por enquanto são essas atuações que agora temos marcadas.
Estou com esperança de que futuramente possam vir muitas mais atuações. Agora depois da pandemia aparecem sempre de novo, as festas, arraiais e outro tipo de espetáculos.
E em que outros locais costumam tocar?
Nós por exemplo, para além das festas das aldeias, tocamos para a universidade, para as câmaras municipais e para alguns eventos mais formais como casamentos. Tocamos sempre com o objetivo de nos fazermos ouvir, de dizer às pessoas que estamos ali e depois perceber se elas gostam realmente de nos ouvir tocar.
Também já tocámos internacionalmente. Exemplo disso é a nossa vizinha Espanha, França e Amesterdão.

Sei que atuaram para vários membros de Estado. Como foi essa experiência?
É verdade. Atuámos para o antigo presidente da república, Aníbal Cavaco Silva e para o antigo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho. Tudo aconteceu numa cerimónia honoris causa que houve cá em Évora, na qual estivemos presentes e por coincidência estavam estes dois membros do Estado.
Um dado curioso, é que na altura o Dr. Aníbal uma das coisas que perguntou muito apressadamente, era onde estava a tuna académica, pois queria ouvir-nos tocar.

E quem quiser pertencer a esta tuna, o que é que tem de fazer?
Quem entra na universidade pensa que para entrar na tuna é preciso saber cantar ou tocar algum instrumento. Mas não. Basta ter vontade e determinação em querer aprender e em querer seguir todos os passos que a tuna dá.
Quem quiser entrar pode ir ao nosso site ao nosso instagram, facebook e mandar-nos mensagem ou então ligar para algum de nós se tiver o contato. Caso não encontre nada, pode simplesmente aparecer nos ensaios que nós temos, às segundas e quartas.
Se tivesse de falar um pouco da tuna académica, o que diria acerca da mesma?
A Tuna é um grupo musical, no nosso caso masculino, que faz atividades não só para a universidade mas também para outras zonas do país e até mesmo internacionalmente.
Para mim é uma segunda família e eu daria tudo por esta por esta.
Serão sempre bem-vindos, não é preciso saber tocar nem cantar, é só preciso ter a determinação e a garra para integrar este grupo incrível.
Se tivesse de definir o Alentejo numa palavra, qual seria?
O Alentejo para mim é diversidade. Não só em Évora, como em outras partes do Alentejo, existem várias instituições que trabalham muitas vezes em conjunto para que o Alentejo seja mais cultural, pois atualmente esta é uma das que está a ficar mais esquecida.
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